terça-feira, 21 de junho de 2011

Toyota

1. TEORIAS CLÁSSICAS DA ADMINISTRAÇÃO APLICADAS NA TOYOTA

     A Toyota, não foge à regra das principais teorias clássicas da administração. Principalmente no que tange a obter o máximo possível de rendimentos e economias. Antes, a montadora japonesa, tem em sua estruturação administrativa as operações básicas da empresa formuladas por Henry Fayol, considerado "o pai da teoria clássica”. Ele distinguiu seis funções empresariais como o conjunto de operações que toda empresa possui. São as seguintes: operações técnicas estão relacionadas com a produção de bens ou serviços; operação comercial, relacionada à compra, venda, permuta de matérias primas e produtos; operação financeira, função que trata da captação e da gerência de capitais; operação de segurança, visa proteger a organização em todo o seu contexto; operação de contabilidade, está relacionada a registros contábeis, que é um poderoso instrumento de direção e a operação administrativa, que coordena e sincroniza as demais funções. E logo temos também, na montadora Toyota, as dogmáticas funções do administrador: planejar, organizar, direcionar e controlar, funções essas adaptadas de Fayol, consolidada pela teoria clássica da administração.
      Apesar de a montadora Toyota fazer, aproximadamente, o oposto de tudo o que se tem recomendado como elemento essencial aos novos tempos, há, na empresa japonesa, elementos indissociáveis ligados diretamente a teoria clássica da administração, tais como: espírito de equipe, em que busca atender os propósitos dos funcionários e da empresa, a Toyota enfatiza bem esse aspecto de valorizar o trabalho em grupo; divisão do trabalho, que consiste em especializar as tarefas das pessoas para aumentar a eficiência e a produtividade, na Toyota o trabalhador é altamente especializado; equidade, lealdade, devoção dos empregados à empresa, na Toyota todos os funcionários sabem exatamente os princípios e valores da empresa; unidade de direção, em que um plano em conjunto leva aos mesmos objetivos e também temos a essencial disciplina, entre outros elementos
     2. OUTRAS TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO PRESENTES NA TOYOTA

     Na Montadora Toyota também é possível observar elementos diretamente ligados e outros ajustados de outras teorias da administração. Alguns desses elementos são característicos do Taylorismo; tais como: a definição do tempo padrão, através de um cronômetro; métodos de pesquisas para desenvolver e melhorar a execução das tarefas; entidade de interesses entre empregador e empregado e programa de recompensas, visando o incentivo aos trabalhadores.  Nos Estados Unidos, por exemplo, aos funcionários de unidades, anualmente, são sorteados automóveis. Nesse sistema de recompensa, há oposição ao sistema taylorista, visto que visa benefícios individuais na sua produtividade; já no sistema Toyota a compensação visa o trabalho em grupo. Outras grandes características são: a constante preocupação em eliminar o desperdício; empregado cientificamente treinado e selecionado a manter uma atmosfera íntima e cordial entre os grupos de colaboradores. Na Toyota, também, parece emergir a flexibilização funcional e tarefas multifuncionais na busca de amenizar o trabalho mecanicista e neutralizar certas disfunções. Na linha de montagem, pode-se dizer que estão sendo feitas exigências como escolaridade, capacidade de adaptação, compreensão global, capacidade de abstração e seleção, trato e interpretação de informação.
      Em analogia ao fordismo, que tem princípios ligados ao taylorismo, ambos paralelos as teorias clássicas, a Toyota, assim como outras empresas, aplica processos planejados, ordenados e contínuos na busca pela melhor qualidade em sua produção; eliminação de desperdícios e também há uma forte semelhança no processo de inovação. Assim como a Ford, que já teve a sua hegemonia aplicada em grandiosas inovações, a Toyota, hoje, vive uma situação privilegiada que se destaca, cada vez mais, e abre caminho com a sua “lenta, mas coerente tartaruga”.
      Com muito arrojo a Toyota investe em inovação. Ela tem disponibilizado bilhões de dólares, em investimentos, para desenvolver veículos ideais para os novos tempos. Além do taylorismo-fordismo, a Toyota também foi influenciada pela hierarquia das necessidades de Maslow; teoria dos dois fatores, higiênicos e motivacionais, formulada e desenvolvida por Frederick Hesberg; abordagem sistêmica com os seus elementos fundamentais para a organização através do sistema aberto que interage de forma contínua com o ambiente externo e vice-versa; a abordagem contingencial com o toda a sua proposta de que não existe nada correto. Tudo é relativo. Pois tudo depende de vários fatores como tecnologia; ambiente externo e interno e outras variáveis que influenciam o desenho estrutural e a configuração organizacional da empresa. Além dos conceitos humanísticos que estão sendo muito bem desenvolvido pelo departamento de gestão de pessoas da Toyota. Outros métodos e preceitos que podem ser evoluídos e adaptados aos dias atuais são suscetíveis de estar presente na montadora japonesa Toyota. Vale relembrar que “o número de princípios de administração não é limitado. Qualquer princípio administrativo que fortaleça o corpo social ou facilite seu funcionamento pode se alinhar no transcorrer do tempo.”

3. A PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL NA TOYOTA

     “Quando a cultura é uma marca forte, o funcionário a defende”. Esta frase traduz bem o comportamento e a satisfação dos funcionários da Toyota. Desde o início, todo recém-contratado, antes de assumir o seu posto, passa por um interessante treinamento de cinco meses. Trinta dias são dedicados para conhecer e assimilar a cultura Toyota, ou seja, o jeito Toyota de pensar e agir; Dois meses numa fábrica para acompanhar de perto como os carros são produzidos e os meses restantes são voltados para dentro de uma concessionária, onde é possível identificar as necessidades do consumidor. Com esse treinamento, que engloba uma substancial análise organizacional, a visão, missão, os princípios e os valores da Toyota ficam bem explanado para o funcionário incipiente. “O sistema Toyota de produção só pode funcionar quando todos os funcionários se tornam tartarugas”, revela Taiichi Ohno (1912-1990), o criador desse sistema. Esse enunciado, de Ohno, reflete-se na aceitação e na cooperação dos funcionários da Toyota. Logo, eles desenvolvem, conforme a doutrina da empresa, ações conjuntas em prol de alcançar objetivos globais. As suas tarefas são focadas na defesa das metas, através de comprometimento, assiduidade e demais filosofias da empresa que visa criar todo um ambiente produtivo e agradável de se trabalhar. É claro que, nessa ponte de identificação, também há interesses que estimulam a satisfação e a valorização do trabalho em grupo. Em alguns casos, são os ganhos reais como as premiações de carros que acontecem anualmente no EUA; proposta de estabilidade no emprego, que promete ser vitalício e outros aspectos que fazem parte das necessidades dos indivíduos nas organizações. Independentemente de interesses, os métodos da psicologia organizacional aplicada dentro da empresa Toyota vêm a ser um papel essencial no seu âmbito motivacional. No que diz respeito à cultura da empresa, isso é bem enfatizado para os seus funcionários. Logo, eles trabalham, conforme a doutrina, buscando a satisfação mútua. E quando acontece um consenso entre grupos, a tendência é inibir atitudes individualistas que possam minar o sistema. Enfim, destacando mais uma frase que traduz a filosofia Toyota: “colaboradores que pactuam com a cultura da organização, tendem a levá-la ao crescimento”.

4. OS PROCESSOS DE NEGÓCIOS DA TOYOTA

     A Toyota tem assumido valiosos compromissos com a inovação em todo o seu contexto. No que tange o mercado de negócios, através de excelentes estratégias, assume o desafio de continuar desenvolvendo automóveis que caiam nas graças dos consumidores. O modelo híbrido é um clássico exemplo da sua maneira de reinventar-se. Ela alicerça seus processos de inovação num longo planejamento e investimentos generosos. Já disponibilizou bilhões de dólares, aplicados em pesquisas e desenvolvimentos. Inclusive pesquisas que dão uma idéia de como serão as cidades e as estradas daqui a trinta anos. Outros fatores expressivos que tem relação com o sucesso da Toyota são a melhoria contínua e a qualidade na fabricação; o estoque zero; a produção cada vez mais eficiente; a logística superafiada; ações mercadológicas e tudo que diz respeito ao sistema Toyota de produção. Mas o sucesso da montadora japonesa Toyota só existe porque está atrelado e interconectado com o comprometimento dos seus fiéis colaboradores que valorizam e vivenciam o trabalho em equipe. Cada funcionário sabe que, pra Toyota, a sua cultura é a sua fortaleza e que uma das suas filosofias vigentes, diz que é possível fazer mais e melhor. Por isso a Toyota, com toda a sua corporação, busca com inteligência por qualidade total, assiduidade, desperdício ínfimo, responsabilidade, cumprimento das metas e tudo que possa ter processo inovador dentro da organização. Certamente existem disfunções. Pois segundo teorias transitivas o conflito é inevitável nas organizações. Mas, a totalidade de seus colaboradores parece vestir a camisa. Portanto, isso vem a ser um patrimônio tangível e de inestimável valor para a montadora japonesa. E na Toyota, não basta vestir a camisa. Tem que ganhar o jogo. Eis aí, o sucesso da Toyota.

5. A RELAÇÃO ENTRE A TOYOTA E O SERVIÇO POSTAL AMERICANO

     Comparando a Montadora Japonesa Toyota com O Serviço Postal Americano, é possível perceber diferenças e certas semelhanças em alguns aspectos relacionados aos seus sistemas. A Toyota é uma organização privada, o Serviço Postal Americano, com aporte do governo, sugere uma transição governamental para uma entidade independente. Mas diferente de uma empresa privada, ela é a bem dizer governamental, com alguns privilégios, mas não suficiente para determinar seus preços. As tarifas são determinadas pela comissão de tarifa postal. Além disso, O Serviço postal americano é uma burocracia sindicalizada e os salários dos funcionários médios são equivalentes a 47% a mais do que funcionários equivalentes do setor privado. Já a Toyota tem um sistema próprio e vitorioso, relacionado ao sindicalismo; uma conquista através de enfretamento direto com o combativo sindicato japonês. Hoje a Toyota tem o chamado sindicalismo de empresa que é estrategicamente estabilizado por uma filosofia de trabalho em grupo que, por fim, neutraliza a ação do sindicalismo tradicional. Referente à semelhança, entre ambas as empresas, nota-se corte de custos, aumento de produtividade e estímulos aos funcionários através de adaptada psicologia organizacional; motivação por intermédio de sistema de recompensas para seus colaboradores que atinjam seus fins. No caso da Toyota, metas pré- definidas e no Serviço postal Americano, por intermédio de avaliações através de pesquisas respondidas, anualmente, por clientes. Além dessas semelhanças, entre ambas as empresas, a de se destacar, desenvolvimentos mercadológicos, programas de pesquisas e inovações tecnológicas.
     Em suma, comparando a Toyota com as empresas, em geral, líderes por excelência, fica evidente uma idêntica semelhança: a busca constante pela eficácia. Pois a eficácia gera diferenciais positivamente determinantes.

                    6. REFERÊNCIAS


 ANDRADE, Rui Otávio Bernardes de Andrade & AMBONI, Nério.  Teoria Geral da Administração – Das origens às perspectivas contemporâneas. São Paulo: M. Books, 2007.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração: teoria, processo e prática. Rio de Janeiro: Campus, 2007.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 6 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
portalexame.abri.com.br/revista/exame/edições/0892/negócios/m0128084.html
Wikipédia
Yukio. Caso de sucesso Toyota (    http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/caso-de-sucesso-da-toyota/20905/
Regato, Vilma Cardoso. Psicologia nas Organizações. 3ª edição/2008, Programa do Livro Universitário, Estácio- Ensino Superior.

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