quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Ética Organizacional



     À luz de algumas experiências, nas empresas que trabalhei, tive a oportunidade de analisar diferentes tipos de cultura organizacional. E através dessas experiências pude perceber que cada uma delas tem uma particularidade, uma filosofia de trabalho; traços marcantes que norteiam e que regem todo o seu campo de ação.
       As empresas modernas procuram privilegiar os indivíduos que apresentem fato novo; que seja pró-ativo e outras tantas qualidades inovadoras, mas que acima de tudo, tenha ética responsável, em outras palavras, que “vista a camisa” com a marca da empresa. Existe espaço pra mudanças, novos paradigmas, mas, na prática, em se tratando de código de conduta, as empresas, cada uma delas, mantém o seu ethos peculiar; o seu modus operandi que tem raízes históricas pautadas nas percepções dos fundadores e dos seus líderes. Logo as mudanças nem sempre são bem vistas; principalmente nas empresas tradicionais. Há inclusive, ainda, empresas com convicções questionáveis, pra muitos, e, intolerável pra outros tantos. Nessas empresas, diria, fechadas, só contratam quem é sectário de determinada religião; sistemas filosóficos ou idealismos em comum. Já trabalhei, inclusive, numa empresa que, veladamente, exigia que se orasse o “Pai Nosso”, antes de cada jornada. E tinha também, em determinadas situações, uma missa celebrada em uma igreja , onde todos os funcionários eram convocados a participar. O não comparecimento teria que ser justificado.
      Outrossim, sabe-se que cada organização tem a sua maneira de julgar e proceder com as suas condutas éticas e morais. E apesar, de, por vezes, não concordarmos, temos que nos adaptar, e acima de tudo, respeitar, ao que é regulamentado, seja no nosso lar, na escola, no trabalho ou na sociedade como um todo. Mas ao mesmo tempo, questionar, analisar as coisas por si mesmo, é questão de coerência.
     Vivemos um constante processo de adaptações e reconceituações, mas acima de tudo, deve-se focar em mudanças que sejam racionais. Se certas mudanças, conforme a razão, são possíveis, ainda que morosas, vale buscar inserir as ditas mudanças. Ainda mais quando determinada moral é uma questão de cunho cultural que envolve convicção anacrônica. No entanto, se o sistema é totalmente fechado, onde não há possibilidade nenhuma de se processar as ditas mudanças racionais; se num clima organizacional, não é possível compartilhar; comungar dos mesmos valores vigentes; se o indivíduo não pode ser ético;  enfim, se não consegue respeitar o conjunto desses valores morais da empresa, é melhor retirar-se e trilhar novos caminhos; caminhos coerentemente éticos.

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