À luz de algumas experiências,
nas empresas que trabalhei, tive a oportunidade de analisar diferentes tipos de
cultura organizacional. E através dessas experiências pude perceber que cada
uma delas tem uma particularidade, uma filosofia de trabalho; traços marcantes
que norteiam e que regem todo o seu campo de ação.
As empresas modernas procuram privilegiar os
indivíduos que apresentem fato novo; que seja pró-ativo e outras tantas
qualidades inovadoras, mas que acima de tudo, tenha ética responsável, em
outras palavras, que “vista a camisa” com a marca da empresa. Existe espaço pra
mudanças, novos paradigmas, mas, na prática, em se tratando de código de
conduta, as empresas, cada uma delas, mantém o seu ethos peculiar; o seu modus operandi
que tem raízes históricas pautadas nas percepções dos fundadores e dos seus
líderes. Logo as mudanças nem sempre são bem vistas; principalmente nas empresas
tradicionais. Há inclusive, ainda, empresas com convicções questionáveis, pra
muitos, e, intolerável pra outros tantos. Nessas empresas, diria, fechadas, só
contratam quem é sectário de determinada religião; sistemas filosóficos ou
idealismos em comum. Já trabalhei, inclusive, numa empresa que, veladamente,
exigia que se orasse o “Pai Nosso”, antes de cada jornada. E tinha também, em
determinadas situações, uma missa celebrada em uma igreja , onde todos os
funcionários eram convocados a participar. O não comparecimento teria que ser
justificado.
Outrossim, sabe-se que cada
organização tem a sua maneira de julgar e proceder com as suas condutas éticas
e morais. E apesar, de, por vezes, não concordarmos, temos que nos adaptar, e
acima de tudo, respeitar, ao que é regulamentado, seja no nosso lar, na escola,
no trabalho ou na sociedade como um todo. Mas ao mesmo tempo, questionar, analisar
as coisas por si mesmo, é questão de coerência.
Vivemos um constante processo
de adaptações e reconceituações, mas acima de tudo, deve-se focar em mudanças
que sejam racionais. Se certas mudanças, conforme a razão, são possíveis, ainda
que morosas, vale buscar inserir as ditas mudanças. Ainda mais quando determinada
moral é uma questão de cunho cultural que envolve convicção anacrônica. No
entanto, se o sistema é totalmente fechado, onde não há possibilidade nenhuma
de se processar as ditas mudanças racionais; se num clima organizacional, não é
possível compartilhar; comungar dos mesmos valores vigentes; se o indivíduo não pode ser
ético; enfim, se não consegue respeitar o
conjunto desses valores morais da empresa, é melhor retirar-se e trilhar novos
caminhos; caminhos coerentemente éticos.